8 de novembro de 2017

Lendas: A lenda da Princesa Kaguya


A lenda da Princesa Kaguya, também é chamada de o "Conto do Cortador de Bambu" é considerada uma das mais antigas narrativas japonesas,  datando Século X.  

É uma lenda muito linda cheio de fantasias, sentimentos e valores.





 A Lenda
Há muito, muito tempo atrás, numa aldeia viviam um pobre casal solitário que moravam numa pequena casa próxima a floresta. O homem era conhecido como “O Velho Cortador de Bambu”. Pois todos os dias, andava entre os campos e as montanhas para colher bambus que, depois, transformava em cestas e chapéus. 
Um belo dia, enquanto estava na floresta, o velho avistou entre os bambus um broto em que a base brilhava intensamente. Espantando, pois em muitos anos de serviço nunca havia visto tal coisa,  aproximou-se para examinar melhor quando viu uma luz intensa que saia do talo oco. Muito curioso, ele cortou o bambu e mal pôde acreditar no que viu. Dentro do talo, havia uma garotinha, com cerca de dez centímetros de altura.


“Uma menina, uma menina! Tão pequena e tão linda, só pode ser um presente dos Deuses!” -Disse o velho homem  – “Eu a descobri porque você estava aqui, entre os bambus que vejo todos os dias. Isso deve significar que você está destinada a ser minha filha.”
Então, pegou a frágil garotinha na palma de suas mãos e a levou para casa, entregando-a aos cuidados da sua esposa para que a criasse. Ao ver a menina, a velha senhora também ficou muito contente e encantada com a criança que possuía uma beleza radiante. 
Depois desse dia quando o velho cortador recolhia os bambus, encontrava alguns talos que também brilhavam, mas neste não havia garotinhas e sim, moedas de ouro que ele juntou e juntou e, dessa forma, tornou-se um homem rico e importante na região. Pouco a pouco,ele abandonou sua rotina de andar pelos campos para cortar bambus.
A menina crescia muito rápido e a cada dia parecia mais bonita. Menos de três meses depois da sua chegada, a pequena já era alta como uma adolescente. Até então, durante dias e noites, os pais, preocupados com a sua segurança, sequer tinham permitido que a filha saísse de seu quarto protegido por pesadas cortinas.
Ao alcançar o tamanho de adulta, um antigo sábio da região, foi convidado a dar a jovem um nome de mulher. O sábio a chamou de Nayotake no Kaguya-hime, a “Princesa Resplandecente do Bambu Flexível”.
Os pais, que cuidavam dela, decidiram celebrar o acontecimento com sua entrada na vida adulta. A princesa Kaguya-hime estava deslumbrante, sua festa, engrandecida por atrações de todos os tipos, durou três dias inteiros.

Logo os comentários sobre a beleza da Kaguya Hime se espalharam e vinham jovens de todos os cantos do país para conhecê-la. Todos, encantados com a bela jovem queriam se casar com ela, mas Kaguya não queria desposar ninguém. “Quero ficar ao lado de vocês dois”, dizia a jovem ao seus pais.
Mas cinco jovens nobres, de posições importantes, foram mais persistentes. Eles acamparam em frente à casa de Kaguya Hime e pediam insistentemente uma chance a princesa.
Preocupado, o velho chamou Kaguya e disse: “Minha filha, eu gostaria muito de tê-la sempre por perto, mas acho justo que se case. Eu e sua mãe estamos velhos, não sei o dia de hoje nem o de amanha. Sei que é um ser incomum, mas quanto a gente deste mundo, os homens se unem às mulheres e as mulheres aos homens. Após isso, a família floresce. Escolha um dentre os cinco jovens que estão acampados aqui”.
“Mesmo sendo nobres na terra, sem conhecer a verdade de seus corações, fica muito difícil fazer uma escolha.” Disse Kaguya. Assim, depois de refletir, a linda jovem decidiu. “Irei me submeter, àquele, dentre os cinco, que me trouxer aquilo que desejo ver, o que provará a superioridade de sua afeição”:
Uma joia rara de cinco cores presa ao pescoço de um dragão, uma relíquia feita com pedras dos deuses, conhecida como a “Sagrada Tigela de Buda” que nunca se quebra e brilha como a luz do sol, um manto forrado com a pele do “Rato-de-Fogo” que nunca se queima, um ramo de uma árvore no Monte Horai cujo tronco é de ouro, suas raízes de prata e de seus frutos crescem  pedras preciosas, e uma concha koyasugai que a andorinha carrega no ventre e põe junto com seus ovos. Estes foram alguns dos objetos mágicos que Kaguya Hime exigiu aos jovens.


O pai levou os pedidos de Kaguya aos pretendentes acampados. Ele sabia que seria improvável conseguirem obter tais objetos. Ao final de algum tempo, muitos dos pretendentes trouxeram os presentes a Kaguya. Mas, quando foram obrigados a entregá-los à jovem, todos admitiram que os presentes eram falsos, pois conseguir os verdadeiros era uma missão impossível. E assim, nenhum pretendente obteve êxito.
Com a falha de todos os príncipes, Kaguya hime, o velho e sua esposa viveram tranquilos e felizes por uns tempos, como uma família unida. Mas as histórias sobre os feitos e falhas dos nobres percorreram todo o Japão e chegaram ao ouvidos do imperador.
Este ficou então curioso e fascinado pelos relatos sobre a beleza sem igual da princesa, que se interessou em conhecê-la.
Quatro primaveras haviam se passado desde que Kaguya fora encontrada no broto de bambu. Porém, ela ficava mais triste a cada dia. Noite após noite, Kaguya Hime olhava para a lua, suspirando. Preocupado, o pai um dia perguntou: “Por que está tão triste minha filha?”. “Eu gostaria de ficar aqui para sempre, mas logo devo retornar.” Disse a jovem. “Retornar, mas para onde? O seu lugar é aqui conosco, nunca deixaremos você partir.” Disse o pai aflito. “Oh meu amado pai! Este não é o meu verdadeiro lar, sou uma princesa do “Reino da Lua” e, na próxima Lua Cheia, meu povo virá me buscar”. Completou tristemente a princesa.
Muito assustados com a reveladora confissão de Kaguya Hime,  decidiram pedir ajuda ao Imperador. O Imperador, em ajuda, prontamente enviou muitos guardas para vigiarem a residência do casal. Um verdadeiro exército foi formado à sua porta. Mil se posicionaram sobre o muro, outros mil sobre o telhado e, juntos com os muitos servos da propriedade, formaram uma barreira impenetrável.
No dia seguinte, a temida noite de Lua Cheia chegou. A casa estava tão vigiada que parecia impossível alguém conseguir levar Kaguya Hime. De repente, uma enorme luz surgiu no céu, como se milhares de luas estivessem presentes ao mesmo tempo.
A luz era tão intensa que ninguém conseguiu enxergar a carruagem que descia, guiada por um grande cavalo alado e muitos seres ricamente trajados. Depois de algum tempo, quando a luz finalmente diminuiu, a carruagem já estava voando, em direção à Lua. Kaguya-hime não estava mais presente, ela fora levada com a comitiva celestial. O cortejo celeste carregou a Princesa  de volta à Tsuki-no-Miyako (Capital da Lua), deixando seus pais adotivos da terra em lágrimas.


Os velhos pais  ficaram muito tristes, inconformados voltaram aos aposentos de Kaguya e encontraram um potinho, último presente da filha querida. Ela havia deixado um pó mágico, uma pequena amostra do elixir da vida que garantiria a vida eterna para os dois.
Mas, sem sua filha amada, não tinham motivo para viver para sempre. Recolheram então todos os pertences de Kaguya e levaram para o monte mais alto do Japão. Lá, queimaram tudo, junto com o pó mágico deixado pela jovem. Uma fumaça branca foi vista subindo ao céu naquele dia.
A alta  montanha era o Monte Fuji. A lenda diz que a palavra imortalidade (不死 fushi ou fuji) tornou-se o nome da montanha desde então, “Monte Fuji”. Dizem, que ainda hoje, é possível ver a fumaça branca subindo em direção ao céu.

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Todas as imagens deste post pertencem ao filme Kaguya hime no monogatari que foi produzido pelo Studio Ghibli. Ele retrata muito bem esta lenda , além da arte da obra ser de forma minimalista e com aquarelas lindíssimas, vale a pena  assisti-lo

Esta lenda foi sugerida pela LalyHanah.
Se você também tem alguma sugestão, deixe nos comentários ou me envie uma MP!
AD! Milena512! 
Eldarya! Nelifer

6 comentários

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